Eu estava na praia observando o mar
com suas ondas quebrando...se jogando...molhando a areia. Meus olhos passaram
por todo o cenário inebriando minha alma com uma doce paz. Quando, de repente,
as conchas próximas de mim despertaram meu interesse, levantei então daquele
momento escasso – porém sublime – na minha vida, em que consegui olhar com
tempo para o belo que estava ao redor de mim.
As conchas que me roubaram desse
mágico momento me levaram para outro encantado mundo, o da infância, e me
ajoelhei com olhar curioso frente às conchas pequenininhas com furinhos, que me
permitiram ver um colar já pronto. Saí então atrás de conchas grandes que
tivessem também o mesmo formato, e distraída a onda veio, levando minhas
conchas já encontradas, molhando minha toalha, minha bolsa, minha sandália.
Então ‘acordei’ e vi que o meu tempo gasto fora perdido, porque as ondas as
levaram para um outro mundo, desconhecido.
E depois de gargalhar da minha
própria distração, sentei-me confortavelmente em minha toalha molhada, a
vigiar, novamente, a onda quebrando...se jogando...molhando.
E me ocorreu algo que pareceu
brotar do fundo do meu raso coração – seria isso o que fazemos o tempo todo?
Andamos atrás das coisas grandes, distraindo-nos das pequenas, tão belas, que
já estão perto?
Ah, como é terrível essa mania que
temos de achar que nas coisas grandes é que vamos esbarrar na felicidade!
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