sábado, janeiro 16, 2016

Na sala de espera




A consulta médica de rotina estava marcada para as dez. Entrei na sala de espera e as filas de cadeiras estavam quase todas ocupadas. Achando desconfortável passar entre as pessoas que estavam espremidas, decidi ficar em pé e me encostei na parede ao fundo. Quase que num gesto automático, abri a bolsa e retirei meu celular na tentativa de fazer algo enquanto esperava. Na pressa, o aparelho caiu das minhas pequenas mãos e o peguei o mais rápido que pude. Fiquei desconcertada quando vi que a bateria havia descarregado por completo.




Vendo-me sem nada para fazer, olhei para as pessoas à minha volta, compenetradas, viajando no infinito mundo virtual. Na sala, o silêncio só não reinava inteiramente porque uns poucos, que pareciam ter mais de 50 anos, conversavam entre si. Sorri na alma ao pensar que naquela sala eu poderia fazer careta que certamente não seria vista. E na minha solidão rodeada, uma inquietação me visitou, seria a viagem do mundo virtual tão melhor do que o real de viver no aqui e agora? Então afastei essa inquietação do pensar que sempre me visita. Certamente isso é coisa boba de psicólogo... 

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