sexta-feira, janeiro 15, 2016

O trem que saiu da estação...
O trem parou naquela estação...
Ele trouxe em sua mala o peso de não saber a estrada a seguir.
Vi em seus olhos o brilho de um menino que, embora perdido, teimava em acreditar nos super-heróis. Então estendi as mãos.
Num gesto de confiança, sorriu, mesmo em meio à dor que o embalava.
E o trem deixou a estação...
E seguimos sem saber para quais estações estaríamos sendo levados.
Meu coração tranquilo sorria por conhecer o Maquinista.
E o trem seguiu em frente, porque pra frente é que nos levam os trilhos.
Chegamos a uma nova estação. Descemos. E vi que minhas mãos balançaram um adeus, ainda que meus braços, frouxos, não tenham se erguido – Ah... como eu queria que seguisse comigo nessa nova estação!
Mas a Viagem, quem a pode dominar?
E meu coração chorou frente ao novo trem que avistei ao longe...
Mas, amigo, levarei você sempre comigo e sei que me carregará para suas outras estações, como sei que na mala, agora, leva a esperança de quem sabe o Caminho.
Então, hesitante, olhei você, seus olhos se anuviaram de tristeza, segurei suas mãos com força... dói deixar quem aprendemos a amar.
...
E o meu trem apitou... meu coração silenciou... já era hora da partida.
Ainda segurei suas mãos firmemente entre as minhas.
Mas segui no conforto da amizade que nos deu o maior de todos os laços, e fez, em nós, nós, sem nenhum espaço.



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