sexta-feira, janeiro 22, 2016

SEU NOME


Seu nome é o que Você tem.
Ele é o que o faz reconhecível pra Você mesmo na multidão, quando alguém, em busca de Você, o grita.
Ele é o que é e foi; seus pais, avós, tios, irmãos, padrinhos, amigos íntimos que escolheram. Ele é uma senha que Você levará por toda vida (isso pra quem não mudá-lo), é uma senha pública, que dá aos outros acesso ao mundo que Você é. E, certamente, muitos outros iguais ao seu Você encontrará.
Talvez ele não seja tudo o que Você gostaria, e até sinta vergonha dele, preferindo seu apelido de infância. Talvez ele seja mesmo feio, talvez tenha que ser mesmo mudado, porque na roda dos amigos, na escola, na igreja, onde quer que vá, ao pronunciá-lo, ele causa impacto por causa da cultura que convencionou achá-lo estranho, vergonhoso, feio, escabroso.

E se quer mudar seu nome, até a lei diz que Você precisa de uma boa razão; se a tem, faça, mas se apenas o repudia por vaidade de querer aquilo que não é seu, lembre-se que nome não é peça de vestuário para ficar sendo trocado.  
O seu nome, embora seu, traz histórias de seres que viveram, amaram e sofreram, e que como você receberam também um nome que não escolheram, e esses seguiram suas histórias, cumprindo a mais bela obra, de produzir pro mundo uma vida diferente de todas as outras que já ocuparam essa terra. E, se de mim discorda, tudo bem, não brigaremos por isso, Você deve ter as suas razões, mas, se não fosse a vida, qual bem mesmo, Você teria?
Aguente-me só mais um pouco, e pense nisso também, que esse nome que Você tem não é maior ou menor do que aquilo que Você pode fazer com ele.
Quem dá cor, tamanho, forma ao seu nome, não é o outro que o escolheu, é Você que o recebeu. 
Por essa razão, a responsabilidade é sua de torná-lo grande ou pequeno, digno ou indigno, amado ou odiado.
Eu termino essa prosa deixando bem claro que eu só falei, epa!, escrevi, o que eu pensava.

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