Enquanto escrevia tive a ideia de publicar em
2017 um livro sobre o assunto, e, esse ano vou colher material, ler, conversar
muito sobre o tema com meus amigos e pacientes.
Eu previa que muitas pessoas teriam
dificuldade em lidar com tema. Outros me falaram que nem conseguiram ler os
textos... é difícil mesmo. Não tem problema! Tudo tem o momento
certo, e cada um tem o seu próprio tempo para lidar com a realidade da vida.
Porém, eu gostaria de terminar essa
série de textos, dizendo que o luto, essa dor dilacerante, pode ser vencida.
Creia!
Familiares, amigos, pastores,
irmãos, todos podem fazer muito, para que esse processo venha e coopere, para
que a gente se torne melhor como pessoa, quando visitados por um luto. E quando
nos tornamos melhores, fazemos um mundo melhor.
De verdade eu penso que é isso que
o mundo precisa, de gente que queira ser o melhor que pode ser. De gente que
deseja dar de si mesmo, abraçar, acreditar, amar, sorrir, ter as mãos estendidas. De
gente que sabe que tem muito ao ter a Vida. De gente que não se entrega ao seu
sofrimento para socorrer outros, de gente que não briga com Deus como filhos
minados, mas que diz, ‘Pai, está doendo, mas eu sei que é soberano, eu sei que
tem um bom caráter, eu sei que os homens romperam com o seu projeto e mesmo
assim o Senhor teceu veste para eles, e ainda, antes dessa escolha nada inteligente
que foi feita no Éden, o Senhor providenciou a salvação dos homens’. Gente
assim pode transformar o mundo. Eu conheço um monte de homens e mulheres de
Deus que disseram: Eu creio. E são eles que me inspiram na minha jornada
diária.
Depois que meu marido morreu, eu
entrei nesse universo da morte, passei a ler, a ir em velórios, a não ter medo
de abraçar ninguém em seu sofrimento. Aprendi também a manter distância,
daqueles que não querem no momento nenhum abraço dos desconhecidos, porque
afinal o luto é uma dor para ser compartilhada, primeiro e sempre, por aqueles
que mais confiamos e amamos. Compreendi coisas que me levaram a crer que a Vida
é maior do que os nossos olhares para ela. Aprendi também que a morte não é a
pior coisa que pode nos acontecer. Há dores insuportáveis e muitas vezes maiores
que a morte, e é claro, falo, a partir de quem não sonda os mistérios.
Porém, o que mais transformou meu coração, foi
a certeza de que Jesus Cristo voltará. Sua promessa do Céu é uma realidade que me
consola frente a qualquer dor, até aqui, e, que me lembra que a Vida triunfará
sobre a morte. Sou fraca, sou pó, mas creio que um dia receberei um novo corpo,
e esse glorificado. Eu creio. Esse milagre de crer foi feito aos pouquinhos
pelo Criador em minha vida... somos duros, somos incrédulos por natureza, mas Ele
teve e tem paciência. Graças a Ele por isso.
Semana que vem vou voltar com
textos mais leves. Fique comigo.
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