A maldade mais refinada tem um toque de sutileza que é capaz de desmontar o outro. Ela se apresenta com gestos leves como uma goteira que insiste em cair pausadamente.
Ela não grita, mas no seu silêncio é capaz de esmagar o que chega, mesmo quando outro nem sequer é conhecido.
Ela está presente nos corações dos homens que não se deixam moldar, desses que acreditam saber tudo...
Destes que se impõem sem se importar com o momento que é do outro, e assim vão jogando dinamites, explodindo com as estradas que tornam possíveis que as amizades sejam construídas.
Na verdade, estes, acreditam não precisar dos amigos, eles são suficientes em si mesmos, e se vão para o encontro com o outro, é para torná-los meios para os seus fins.
Essa maldade refinada se revela quando falta a percepção do momento que é do outro, é a incapacidade de chorar quando o outro chora, de se alegrar quando o outro sorrir.
É a mais fria e calculada estupidez de recolher as mãos, deixando o outro com as mãos estendidas... acreditando assim, que tem o melhor olhar para a vida, se apresentando tão pobre... mas se sentindo tão rica.
A maldade refinada é o desprezo pelo outro que não lhe fez nada. É incapacidade de respeitar o outro, quando o outro decide andar em uma nova estrada.
É construir o ódio de graça, em si mesmo, ao passar pela calçada e dar as costas ao outro que nada lhe fez.
Que a maldade refinada tão presente na ausência das palavras mágicas: Obrigado, por favor e da licença, fique longe...bem longe...mais bem longe.
E que como a Jesus, eu e você siga, com a leveza e beleza da sua educação frente a mulher adúltera. Enquanto todos diziam apedrejem, Ele, num gesto de amor, abaixou o olhar, para não constranger quem já estava tão constrangido, nos ensinando assim o quanto o amor é bem educado.
Que Jesus nos livre de encenar a falta de gestos mínimos de educação, nos poupando de representar no teatro da vida, esta peça tão lúgubre.
Que o Senhor nos livre!
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