Atraídos, vulneráveis somos.
É verdade, sem mentira, que quem nos atrai nessa vida,
pode ser também quem mais nos trai?
Uma vez atraídos, sem reserva ao outro, nos entregamos por inteiro.
Mas, traído, fecho-me diante da realidade que se fez maior do que aquilo que eu acreditava.
É que agora, o chão que era firme, se torna areia que se move...
E corro para não me afundar nesse abismo que me traga.
Diante do novo que se apresenta a mim, novo que eu não quis ver ou ouvir, me pergunto: Quem é você?
Já não reconheço o que vejo, e sigo agora com o olhar cortado da beleza que um dia viu, e com esta visão desfeita, tento compreender a nova estrada que em o meu coração surgiu.
E sem entender o porque o chão, antes, firme, se tornou agora, areia que se move, deixando-me no vazio do que não compreendo, saio mesmo sem força, e corro dentro de mim, para não me afundar nesse abismo que me abocanha.
E com as mãos vacilantes pela dor que emerge, quebro as chaves por dentro, na tentativa de não ser mais ferido, mas a ferida já sangra... quem me atraiu, partiu...
E nesse momento quando a solidão é minha amiga mais presente... tenho medo do que vejo em mim. Talvez eu apenas não tenha desconfiado do que sempre esteve ali. Talvez a dor que mais dói, seja descobri, que fui atraído pelo que quis, e fui traído pelo que eu mesmo escolhi.
Diante desta realidade, que agora marca a minha própria imagem, vejo brotar em mim o fosco desencantado, de quem perdeu o brilho de um dia ter crido no que achou ter visto... E ao perceber que a visão que me enganara, não era a visão do outro, a minha razão se desespera diante do meu coração enganoso.
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