Recomeçar? Não ouse.
Gritarão em seus corações, os
próximos e os longes, ainda que o tom da fala seja suave e cordata, ‘você não
deu certo’.
Se insistir, vão levá-lo ao
passado, e dizer, ‘olha tudo que já fez...’, e, tirarão você do tempo presente,
o hoje, e ficará tentado a desprezar a esperança manifesta na construção
que se faz possível agora.
Recomeçar? Não ouse.
Perceberá que o construído dentro,
não é visto, ainda que as fachadas se apresentem. É que a casa dentro não tem
porta para os que estão de fora. E, ainda que queira mostrar toda reforma ou
desconstrução, apenas você e Aquele que o fez, verá.
Recomeçar? Não ouse.
Recomeçar? Não ouse.
Descobrirá que estará sozinho por
algum tempo... ou que talvez... estar sozinho seja a condição para o ser que se
refaz. E, tendo o seu coração como único companheiro, não se engane, ele se mostrará com toda sua dor...
Recomeçar? Não ouse. Contudo, não diga que ninguém avisou que aquele que não recomeça vive na mais feia espelunca, perdendo a mais bela casa, para a qual, o seu Senhor o criou.
É que o arquiteto do universo, diante daquele que se deixa construir de novo, é capaz de forjar a mais bela obra.
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