segunda-feira, junho 06, 2016

Tão grande amor



Sentada junto ao poço com os pés descalços eu aguardava as respostas das minhas perguntas. A minha alma sedenta continuava viajando nesse planeta que habito no mundo da minha imaginação. Percebi que neste mundo só meu, eu me reencontrava com o que sempre desejava todo dia. Mas, o sol escaldante da realidade queimava. E mesmo sentada junto ao poço sentia seco meu coração.
Levantei os olhos em busca de um balde para jogar no poço e assustei-me que não havia cordas para lançá-lo. Meu peito se apertou diante da água tão perto, porém impossível de ser alçada.
Sentei desconsolada. Ser saciada talvez fosse para outros em sua jornada. Lamentando fiquei ali a minha falta de corda. Quisera eu ter feito uma outra estrada, mas o que vivi foi o que eu dei conta.
Então... eu estava a lutar com minha alma. Quando você se aproximou com as cordas em suas mãos. Seu olhar meigo, seu sorriso franco e seus gestos educados me fizeram pensar que tudo não passava de uma miragem. Mas, sem nenhuma pergunta, amarrou a corda no balde e içou a tão desejada água. Depois a colocou em uma cuia e me ofereceu.
Bebi sofregamente. A sede já doía na alma. E a vida tão desejada retornou ao meu coração árido.
Então as forças foram recobradas e me levantei para ver onde iria. E ao me levantar você estava com suas mãos estendidas em minha direção. E sustentou minha decisão de ficar de pé.
Contemplei então uma outra vida. Uma que pensava não existir. Percebi que meu mundo imaginário com todas as suas cores jamais poderia supor algo tão grandioso. E vi a cruz, este caminho doloroso que cruzou para me libertar desta natureza pecadora que carrego. Vi as marcas dos cravos, vi a testa ferida pela coroa de espinho. Vi seu amor em seus olhos e encontrei o maior amor que alguém pode ter.
E com sua voz terna me disse: Eu sou o Caminho, e a Verdade e a Vida (Evangelho de João 14:6).

E assim, tornou-se meu Caminho, minha Verdade e minha Vida.

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