O ciúme, seja em maior ou menor grau, é
uma realidade presente nas relações humanas. Há quem crer que nas relações
amorosas é ingrediente essencial. Para estes, quem não tem ciúme não ama.
Seja como for, uma coisa é certa, os
sentimentos humanos são ambíguos. E o ciúme que pode ser uma expressão de zelo,
também pode ser um sentimento de posse exacerbada.
É fácil diferenciar o ciúme que cuida do
ciúme que adoece. Quando há cuidado a relação é fortalecida, cresce a confiança
entre o casal. Mas se o sentimento é de ser dono do outro, a pessoa alvo do
ciúme se sentirá sufocada, ao invés de amada. Portanto, a relação de amor tão
desejada deixará de ser uma experiência de alegria e cumplicidade, tornando-se
recheada de angústias e guerras.
O ciúme que adoece não vive só na ficção
ou literatura, infelizmente é mais comum do que deveria, e suas histórias
provocam assombros.
Mulheres são trancadas dentro de casas,
outros (as) fazem “barracos”, batem, beliscam, gritam na frente de qualquer
pessoa se imaginam que seus parceiros olham para o
lado... Tem parceiros que vasculham os celulares, e não ter a senha é
inadmissível. Outros, controlam o guarda roupa, e se a pessoa não vestir o que
eles querem, rasgam a roupa ainda que esteja no corpo da pessoa amada. Há
homens e mulheres que ao ver o companheiro (a) conversando com colegas de
trabalho, da faculdade, da igreja, já desconfiam que algo está acontecendo e
passam a vigiar qualquer passo. Outros tem ciúme dos pais, dos irmãos e outros
parentes, e proíbe a pessoa de ir vê-los. Tem aqueles controlam seu ciúme
quando estão em público, mas seus companheiros ficam amedrontados pelo ringue expresso
no brilho diferente do olhar, e sabem que voltar para casa é voltar para mais
round. E há aqueles que matam... No Brasil 12 mulheres são assassinadas todos
os dias e mais de 50%, a causa foi o ciúme dos seus parceiros.
A vida se torna para as pessoas vítimas
do ciúme adoecido um contínuo campo de batalha, e tudo em nome do “amor”... Estranha
afirmação, porém, ‘o ciúme é tão inflexível quanto a sepultura’1,
diz a bíblia, e uma pessoa dominada por tal intolerância pode se tornar hábil
em atitudes extremas, cujas consequências, não tem volta.
Nesta série sobre o ciúme eu convido
você a refletir comigo sobre este tema tão presente, tão humano. Meu desejo é
que nas minhas muitas palavras, você encontre alguma direção para sua vida e a
de alguém que está pertinho de você, caso seja o ciumento adoecido ou a pessoa
alvo do ciúme que sufoca.
Até quarta nesta nova viagem.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
62-982385297
Um tema atual e de necessária reflexão, em razão da violência que provoca e do desequilíbrio que denuncia. Parabéns pela iniciativa.
ResponderExcluirObrigada. Sua opinião é importante para mim.
ExcluirAqui dá o que falar... seguindo
ResponderExcluirÉ bom ter a companhia.
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