‘‘Eu
escondi de mim mesma o que eu não queria’’, disse-me certa vez uma boa mulher.
Ela
precisando ir, ficou; precisando comprar, não comprou; precisando ver novos temperos, olhou os que tinham; precisando
de coisas essenciais e imperecíveis, contentou-se com as supérfluas e
perecíveis.
E
os condimentos não podiam mais compor sua cozinha, e os armários dos seus dias
passou a ter nenhum sabor.
Ela
não estava contente, e mesmo sabendo o que precisava ser feito para temperar a
sua vida, seguia escondendo dela mesma o que não queria fazer, e acabou escrava na
senzala da sua vontade.
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