Naquela
manhã, ao sair para academia fui pensando que só mesmo um milagre me levaria
até lá, pois até conversar parecia uma missão complicada.
Cogitei
que talvez houvesse algo mais fácil do que o treino funcional de alta intensidade, afinal, onde eu estava
com a cabeça ao decidir buscar um exercício considerado tão pesado, estando tão
sem energia física?
Nessa
luta íntima cheguei na academia, acompanhada pelo meu filho Arlen, quem me
indicou a Skill Box.
Hugo,
o coach (que hoje já não trabalha mais na Skill), começou a aula com seu jeito
animado, entretanto, o meu desejo era voltar para casa. Tal era o meu cansaço
físico que achei a primeira etapa do treino, chamada “warm up” de
preparação, tão difícil quanto a última etapa, o “WOD”, a qual é considerada
a mais difícil.
E, para piorar ainda mais minha sensação de que não daria conta de nada, um exercício simples de equilíbrio, em que apoiamos o corpo em uma perna levemente flexionada, enquanto a outra é balançada, me irritou muito. Sem conseguir equilibrar, tive que colocar o pé no chão a cada movimento, e fiquei desconcertada com a descoberta de que a minha falta de equilíbrio era muito mais séria do que eu podia imaginar...
E, para piorar ainda mais minha sensação de que não daria conta de nada, um exercício simples de equilíbrio, em que apoiamos o corpo em uma perna levemente flexionada, enquanto a outra é balançada, me irritou muito. Sem conseguir equilibrar, tive que colocar o pé no chão a cada movimento, e fiquei desconcertada com a descoberta de que a minha falta de equilíbrio era muito mais séria do que eu podia imaginar...
Já
muito chateada comigo por não conseguir acompanhar o treino, brigava contra o diálogo que se instalou dentro de mim sem nenhum
otimismo. O que eu estava fazendo? Por que havia escolhido um desafio tão
grande estando deprimida? Não seria aquela atividade física para pessoas mais
jovens do que eu?
Nesta
altura do treino já estava com a sensação de exaustão, e o estômago embrulhado.
Tentei me concentrar no objetivo que tinha de encontrar a leveza da alegria perdida,
e briguei tentando argumentar com todos aqueles pensamentos que eu estava ali
para vencer aquele gigante da depressão.
Quase
vencida, fui até o bebedouro, embora não estava com sede, precisava fazer uma
pausa. Foi quando o Pedro, também coach, se aproximou de mim e disse ter tido
muitas dificuldade com certos exercícios no início. Parecendo ter lido meus pensamentos, olhou-me
com seus olhos verdes tranquilos e falou ‘não se preocupe, faz o que der conta,
e logo conseguirá acompanhar o treino'.
Não
sei se ele conseguiu ler em minha face a angústia de não acompanhar o treino, o
que sei é que suas palavras me fortaleceram para o meu propósito de encontrar a
alegria novamente. Elas foram como flechas de ânimo ao meu coração. Pensei, ele
tem razão, estou no meu segundo dia. E mesmo exausta fisicamente, com a sensação
da missão ser impossível, relembrei o que já sabia, a depressão é bruxa a
roubar os bons sentimentos. Então repeti o restante da aula, ‘eu posso tentar’.
Com
uma certa alegria, vi a bruxa má da depressão perder o segundo round para mim
naquela semana, no momento que confrontei com otimismo a visão negativa que ela
me impunha. Afinal, eu sabia do que vivia, e estar na academia já era uma
grande vitória.
Sei que a depressão costuma ser muito presente nas manhãs, porém, nessa sexta feira, confronte-a. Não aceite ela roubar nada de
você. Se não estiver conseguindo sozinho, deixe o orgulho e a vergonha de lado
e vá em busca de ajuda. Não desista da sua vida, ela é o maior presente que já
recebeu.
Agora,
se está pensando que é velha (o) demais, que bobagem! Não aceite está cultura
burra que o mundo é dos mais jovens. É claro que tem certas coisas que é mais fácil
para eles por causa da idade em que estão, porém, isto não significa que só
eles dão conta. Diga a você, ‘eu posso tentar’.
E
verá que é muito mais forte do que pensa que é. E o mural da CT Skill Box do dia 18.07.2018, fará todo o sentido para você.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Contatos: 62 982385297
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