É Quarta feira. Eu sigo falando sobre o ciúme.
Se
você é ciumento adoecido e reconhece ser o culpado por sua relação está tão
desgastada, então deu o passo mais importante para encontrar o caminho de
colocar na agenda da relação o que faz ambos felizes.
Porém,
este não é um passo fácil, uma vez que o ciúme que adoece faz com que a pessoa
amada seja vista como alguém que deva fazer tudo conforme a sua vontade,
deixando assim, de respeitá-la em suas necessidades e vontades.
Alguns
dominados por este sentimento dizem amar tanto que o coração dói, entretanto, o
que prevalece na relação é o egoísmo - a capacidade de ver só a si mesmo.
O que
faz com que a vida do parceiro se torne semelhante a uma caverna
submersa, a qual tende a ter pouco oxigênio, suscitando assim, um sentimento de
sufocamento, uma vontade de fugir ou de ir embora.
Por mais que goste da pessoa dominada pelo ciúme,
quem convive com estas fica tão cansada do esforço gasto para se
manter respirando na relação que busca o rompimento por não aguentar viver
asfixiada. Outras, se submete a seu amor tirano – egoísta, entretanto, é só uma
questão de tempo para adoecer.
Normalmente
pessoas que aceitam tudo o que é imposto pelo parceiro ciumento tendem a se
deprimir, e muitos desejam a morte para não ter que escolher pela separação.
Contudo,
não basta gostar muito de uma pessoa, temos a necessidade de ser quem somos, de
fazer escolhas e de conviver em outras relações. E, embora estejamos machucados pelo ciúme ou por pessoas adoecidas por ele, somos os
responsáveis pela vida que escolhemos viver.
Talvez não ache justo depois de tudo que sofreu e me pergunte: Por que sou
responsável? Afinal, não teve culpa da infância infeliz que viveu e que
imprimiu em você a sensação de não ter valor e de não merecer ser feliz.
A
resposta não é simples. O que sei com certeza é que agora, ciente da sua
realidade, cabe somente a você reconhecer e aceitar as dores que traz, não para
cultivá-las, mas para tratá-las.
Neste
mundo de paradoxos, somos todos vítimas e culpados pelo que vivemos, cabendo a
nós decidirmos qual identidade vamos sustentar.
Se
escolher ser a vítima, o que resta então é lamentar, encontrar culpados, e se
submeter a tragédia da vida. Se escolher ser o culpado, logo, é possível buscar
o perdão, fazer algo para mudar sua história e aprender novas atitudes. Com as
vítimas não há muito o que fazer, no máximo acolhê-la em sua dor e torcer para
que sejam consoladas, mas aos que se declaram culpados, e desejam mudar de
vida, é possível ajudá-los a encontrar novos caminhos.
Acredite.
Roseli
de Araújo
Psicóloga
clínica
62
982385297
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