quarta-feira, julho 11, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder?(VI)


Sejam bem vindos. É quarta-feira e sigo falando sobre o ciúmes.



É consenso entre os psicólogos, que o humano traz em si a possibilidade de carregar na vida adulta, uma criança ferida em sua autoestima na infância, por esta razão, até aqui olhei para o passado para falar sobre o ciúme. Contudo, o ciúme adoecido é também um sentimento que pode nascer no aqui e agora das relações amorosas.
Sabe-se que as pessoas no decorrer da vida vão formando suas expectativas de como deve ser a relação a dois. E o que para alguns não pode faltar, para outros não deve existir, fazendo com que o ciúme que cuida, (o qual é necessário nas relações saudáveis), encontre nestas diferenças a possibilidade de adoecer.
Estas expectativas nada têm a ver com certo ou errado, mas com as particularidades pessoais que cada um de nós trazemos. Por exemplo: Existe quem acredita que não há amigos, enquanto pessoas creem na amizade e a cultiva. Tem quem gosta muito de sair e quem gosta de ficar em casa. Muita gente ama viajar e um grupo grande se angustia só de pensar em pegar a estrada. Estas diferenças e tantas outras, podem estar presentes na relação, e dependendo de como são tratadas pelo casal, podem se tornar um terreno fértil para que o ciúme adoecido nasça.
Muitas vezes no início do relacionamento amoroso, para não causar nenhum desconforto, acolhe-se o que não concorda, no entanto, com o passar do tempo, vai ficando difícil negociar os valores, objetivos e a visão de mundo trazida, deflagrando as dificuldades. Uma vez que o diálogo sincero é adiado, cria-se um ambiente inseguro na relação, tornando possível que um dos parceiros ou ambos adoeça de ciúme.
Entretanto, sabe-se que é difícil manter-se aberto e com coragem para ouvir o outro, com o objetivo de avaliar se é possível caminhar com as diferenças. Todavia, onde não há verdadeiro diálogo não existe relação fortalecida. Portanto, o ciúme que antes manifestava cuidado, pode se tornar controle, na medida em que o diálogo sobre as diferenças é adiado.
É certo que as relações amorosas carecem de que os envolvidos vejam as diferenças, digam o que querem e reconheçam até onde podem ir.
Jesus, em sua sabedoria nos esclareceu a necessidade de sermos verdadeiros, de sabermos qual é o nosso limite, quando nos alerta para respondermos as questões da vida com o nosso ‘sim, sim’ e o nosso ‘não, não’, afirmando que o que passar disso vem do Maligno¹.
Cuide então de sentar-se frente a frente com que deseja construir uma relação. Seja claro no que espera receber e no que deseja ofertar ao outro. Só faça acordos que não fira seus princípios. Não negocie o que não terá condição de cumprir. Não tenha medo da sua verdade e da verdade do outro.
Toda relação amorosa necessita de acordos, e sem eles a caminhada está fadada ao fracasso.
A vida é breve demais para viver tentando sustentar o insustentável. Pense nisto
            Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Referência
1. Mateus 5:37



2 comentários:

  1. É verdade,quando ficamos frete a frente,com quem amamos,e falamos o que sentimos e o que desejamos 👏👏😘

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    1. Obrigada pela companhia no blog. E existe sempre caminhos de alegria para quem dialoga.

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