Ser
quem eu quero ser não é tarefa fácil.
Acredito
que para isto é necessário identificar em qual fase do desenvolvimento humano estamos para conhecermos quais são as possibilidades e desafios da nossa fase.
Entretanto,
o maior desafio que temos ao conhecer o desenvolvimento humano é a auto avaliação.
Avaliar-se
exige coragem.
Para
isto é preciso fazer algumas perguntas certas, para chegarmos onde queremos.
Dentre elas, é crucial responder a si mesmo: Sou até aqui quem eu quero ser? Desenvolvi
minhas oportunidades, venci os desafios de cada fase?
Sabemos
que a vida adulta é tempo de transformações e construções. Portanto, devemos
responder as seguintes perguntas: Abandonei o pensamento mágico de criança e
adolescente? Fui me tornando livre e ao mesmo tempo responsável pela minha
vida? Adquiri flexibilidade para lidar com a realidade?
Do
adulto se espera a construção da sua própria vida. Ele tem que fazer suas
escolhas e arcar com elas.
Para
quem está na meia idade é tempo de colheita e balanço da vida vivida,
entretanto é necessário ter as respostas das seguintes perguntas: Estou a
lamentar o que não fiz? Sinto-me velho demais para alcançar quem eu quero ser. Espera-se colher frutos do que foi plantado e capacidade de se
reinventar no que é possível.
Para
a terceira idade, tempo de viver o resultado de tudo que foi colhido. Faz-se
essencial perguntar: Como cheguei até aqui? Estou concordando que não sou mais
capaz de tomar minhas decisões? Estou vivendo sem autonomia? Não existe mais
nada a fazer?
Da
terceira idade se espera lidar com a morte não como inimiga, aceitar as
mudanças físicas, ser autônomo no que é possível. Pessoalmente creio que também
é tempo de se reinventar.
Em
todas as fases o que temos em comum é o tempo presente. E a todos nós cabe a
resposta do que vamos fazer com a vida que nos foi imposta.
Bronnie
Ware enfermeira australiana, ao lidar com pacientes terminais em suas últimas
semanas de vida, listou cinco arrependimentos mais comuns entre os que estão no
leito de morte.
Estes
arrependimentos nos apontam caminhos. Afinal, o humano não é marinheiro
solitário neste barco lançado ao mar que é a vida, como tantas vezes nos
imaginamos.
Sofremos
as mesmas coisas e podemos aprender com estes pacientes terminais. Eles se
arrependeram de não viver o que desejaram, de não cultivar os relacionamentos
que lhe eram caros, de tentar agradar os outros o tempo todo, de não assumirem
a responsabilidade pela construção da sua felicidade, e por ter-se importado
demais com as opiniões das pessoas a seu respeito.
Penso que
respeitar pais, filhos, esposos (as), amigos, enfim as pessoas que cruzamos ao
longo da vida é fundamental. Existe uma ética que precisa ser respeitada na
relação com outro, porém, quando nunca nos damos o direito de expressar nossas
vontades e de vivê-las, adoecemos porque deixamos de exercer algo que é inerente a natureza humana: A capacidade de
escolher.
Escolher
é complexo. É preciso assumir a liberdade e a responsabilidade pelas
escolhas. E não conseguem lidar com a
angústia de não saber onde suas escolhas o levarão.
Contudo,
para ser quem eu quero ser é preciso coragem para assumir a liberdade de
escolher.
Por
isto, tenha coragem de se avaliar. A dor que se sente não é maior do que a
liberdade que se conquista.
Talvez,
ao encontrar as respostas para suas perguntas, descubra que é tempo de ser o
que é e o que deseja, ainda que tenha só mais alguns minutos.
Creio
que o humano pode se tornar quem ele quer ser em qualquer fase da sua vida. E
você?
Estarei
de agora em diante trazendo reflexões e sugestões que poderão ajudá-lo a tomar
nas mãos a sua própria vida.
Semana
que vem aguardo você.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
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