Direita, esquerda,
esquerda, direita. Os coaches dão as ordens e descubro que essa tal de
lateralidade nem sempre é coisa fácil.
Quando eu ou um colega
com déficit de atenção gira em sentido contrário a ordem do Coach, a risada
rola solta, porém, desconfio que o Rafael, a Márcia e o Rodrigo, se divertem
mais ainda com estes exercícios ao ver adultos tão descoordenados rsrs...
Percebo que a ansiedade
de não errar visita-me, pois não passarei despercebida dos Coaches e dos
colegas. O interessante é que quanto mais preocupada fico, mais erro. Ninguém
merece kkk...
Não sei onde aprendemos
que temos que acertar o tempo, todavia, essa é uma expectativa comum, o que nos
torna tantas vezes reféns de um perfeccionismo que rouba energia e alegria
diante da vida.
Diversas pessoas
desistem do cross porque não conseguem executar algum exercício ou acompanhar
o ritmo do treino. Alguns ficam tão frustrados consigo mesmo, que na primeira
aula desistem. Outros, na medida em que vão conhecendo os exercícios que tem
dificuldade de executar, não se permitem continuar, acreditam ser inadmissível
conviver com suas próprias dificuldades.
Contudo, haverá exercícios
que teremos vontade de sair correndo do Box, outros que exigirá muito treino e
tempo para fazermos certo, mas e daí?
Por que temos que
exigir perfeição se não somos perfeitos por natureza? Olhe com atenção o seu
corpo e descobrirá uma perna maior que a outra, um olho, um lado da cabeça com
menos cabelo. Um corpo simétrico é algo incomum e do ponto de vista
psicológico, é consenso que ninguém é “normal” o tempo todo, pois de “médico e
louco todo mundo tem um pouco, diz um velho ditado.
Assim, tanto na vida quanto
no crossfit, temos que aprender a lidar com a realidade de que perfeição não
faz parte do mundo dos humanos, sendo necessário trilhamos o caminho da
humildade para identificarmos e aceitarmos as nossas deficiências. Vamos errar
e daí? O que importa é seguir em frente.
Pense nisto.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
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