As relações atuais são tantas vezes
mediadas pelas tecnologias que ficamos com a sensação de estarmos interagindo,
quando tudo o que fazemos é ler e fornecer informações, nem sempre verdadeiras.
Quantas vezes estamos chorando e
respondemos com emojis que expressa alegria, ou irritados mandamos um emoji que
sinaliza estarmos em paz? Quantas vezes vivemos lutas internas, dores as quais
não conseguimos dar nomes, e ficamos escondidos atrás de palavras que
escrevemos e que nada tem a ver com os nossos sentimentos?
Se em todo tempo nossas conversas
são superficiais, se não podemos falar com verdade sobre o que vai na alma,
então, sofremos um dos maiores males da época: a solidão.
O estranho é que vamos acostumando
com a solidão de não sermos quem somos. Maquiando o rosto e a alma, vestindo
nossas máscaras. Vamos perdendo a nossa essência na medida em que se perde a
relação com o outro.
Frutos desta cultura individualista,
nos esquecemos que o humano só se torna quem deseja ser, na relação verdadeira
que se pode ter com o outro. É no olho a olho, é na conversa franca ao redor da
mesa, é no toque das mãos e dos braços, é na certeza de que ouviremos e seremos
ouvidos sem julgamentos, que podemos nos tornar quem desejamos ser.
É na relação com outros seres
humanos que eu me construo e me refaço. É nas palavras de apoio, ou na bronca
dada na hora certa, que posso construir bons caminhos.
Toda correria desta tal modernidade,
o pouco tempo, muito trabalho, este fazer sem folga o qual
estamos submetidos nos dá impressão que perdemos tempo ao gastar tempo na
relação com as pessoas. E assim seguimos cada vez mais pobres sem a presença do
outro.
Todavia, quem quer alcançar sua
plenitude como pessoa, precisa encontrar de volta o caminho de estar
verdadeiramente na relação.
Semana que vem encerro esta série
de estudos. Espero que a viagem até aqui tenha sido uma boa experiência para
você.
Com alegria,
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Muito bom,e verdadeiro!!
ResponderExcluirObrigada. A verdade é sempre um bom caminho.
ExcluirVale a pena le suas palavras!
ResponderExcluirgostei disso, podemos ficar pobre sem o outro ...
Obrigada Rita, suas palavras me animam escrever mais.
Excluir