Eu acredito que um dos grandes desafios que os
seres humanos vivenciam é o de serem capazes de viver o que falam.
Como é fácil falar de gratidão e ao mesmo tempo
ser ingrato, de amor e odiar muitas pessoas, de perdão e guardar magoas por
anos, da importância da paciência e ser impaciente quase que o tempo todo. É
impressionante como somos capazes de ofertar palavras de sabedoria aos que
estão perto de nós e ao mesmo tempo estas palavras não servem para dar norte a
nossa própria vida.
A psicologia reconhece esta “loucura humana” ao
afirmar que somos seres ambivalentes. E esta ambivalência tão bem descrita
pelos psicólogos é “a existência simultânea, e com a mesma intensidade, de dois sentimentos ou
duas ideias com relação a uma mesma coisa e que se opõem mutuamente”1.
Em outras palavras, é a tendência que temos de amar e odiar ao mesmo
tempo uma mesma pessoa, um mesmo lugar, uma mesma situação. É o querer e não
querer, o desejo de ficar e ir, de fazer e não fazer andando de mãos dadas.
Contudo, para sermos saudáveis emocionalmente é
preciso diminuir a distância entre o que falamos e vivemos. Falar aqui
significa expressar o que cremos, o que trazemos como princípios para reger
nossas vidas, nossos valores, nossa jornada.
Em minha jornada enquanto psicóloga, vou ficando
intrigada com pessoas que parecem conseguir harmonizar o que fala com que vive.
Considerando o contingente humano que já viveu e vive,
foram poucas as pessoas que conseguiram serem fieis ao que falava. Dentre estas
pessoas muito conhecida, sou fascinada por Jesus Cristo. Sei que ao mencioná-lo
posso suscitar certo desconforto. Afinal, no Brasil, muitos que professam ser
seus seguidores, tanto evangélicos como católicos, vivem tão distantes dos seus
ensinos que muitas vezes podemos ficar impedidos de ver de fato quem ele é.
Porém, quando estudamos sua vida, fica clara a
harmonia entre o que ele falava e vivia. E, seus conceitos uma vez aprendidos e
praticados são capazes de nos tornar pessoas mais saudáveis emocionalmente.
Digo isto, porque muitos dos conceitos propostos pela psicologia para
desenvolvermos uma vida com mais qualidade nós encontramos no ensino e na vida
de Jesus.
Portanto, não irei falar do Jesus da religião,
vou me deter na ponte que vejo entre Jesus e a psicologia. E lhe convido a
seguir comigo nesta série, e conhecer um lado de Jesus que os religiosos em
todas as épocas impediram os homens de contemplar.
Sem nenhuma pretensão em dizer que tenha visto
tudo, espero que o que vi desta pessoa tão importante na história da humanidade
possa contribuir para refletirmos e encontrarmos mais vida em nossas vidas.
Aguardo você para esta nossa nova viagem.
Estarei postando um texto todas as quartas feiras e espero ter a sua companhia.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
- Dicionário de Psicologia APA.
😍muito bom!!!
ResponderExcluirObrigada
ExcluirConto sempre com sua companhia no blog.