‘Compre de mim colírio para ungir os
seus olhos e poder enxergar’1, é o terceiro e último conselho de
Jesus para a igreja que vivia em Laodicéia, e tão difícil de compreender quanto
o primeiro e o segundo.
A cidade era famosa pela medicina oftalmológica por causa
da descoberta de um colírio, contudo, os membros desta igreja tinham uma
cegueira que só o colírio de Jesus poderia resolver.
É mesmo impressionante a diferença dos olhares.
As visões que tinham sobre si mesmo em nada se
assemelhavam a descrição feita por Jesus. Retratados por Ele como miseráveis,
pobres, cegos e nus, se viam ricos e sem nenhuma necessidade.
Para Jesus, o que eles precisavam
enxergar?
O texto nos dá a resposta: A autossuficiência que dominava
seus corações.
Diz o escritor de Gênesis2 que Adão foi criado
à imagem e semelhança de Deus, e colocado no Jardim do Éden para reger, a
partir dele toda a terra. Dos muitos atributos que recebeu de Deus, dentre eles,
Adão recebeu a capacidade de exercer a sua vontade – fazer escolhas. Para que pudesse exercê-la em toda sua
plenitude, a única coisa exigida de Adão foi não comer do fruto do conhecimento
do bem e do mal, o qual lhe foi avisado que se dele comesse, morreria2.
Ao dar essa ordem à Adão, Deus o coloca
na possibilidade de exercer sua vontade na relação com Ele através da confiança
em sua Palavra.
É importante ressaltar que pela sua
Palavra Deus criou o universo3 e por sua Palavra Deus sustenta todas
as coisas3. Logo, a relação entre Ele e Adão também tinha como
estrutura, fundamento e ambiente, a sua Palavra.
Entretanto, ao ser apresentado à Adão
outra palavra - a palavra da serpente - Adão se encanta com o fruto do
conhecimento do bem e do mal, e também com a possibilidade de ser igual a Deus.
Todavia, ao concordar com a serpente e comer do fruto, Adão despreza a Palavra
dada por Deus.
Assim estava a igreja de Laodicéia. Encantada
com sua riqueza e a segurança que julgavam que ela proporcionava, desprezava a
Palavra de Deus – O Verbo – Jesus. Ele mesmo é quem nos informa que está do
lado de fora da igreja e não dentro.
Ao deixar de ver o pecado da autossuficiência, passaram a
alimentar em suas vidas a confiança nas riquezas, e estavam perdendo a
oportunidade de desfrutar da maior riqueza dada à igreja, ‘Cristo neles, a
esperança da glória’4.
Contudo, Jesus insiste para que percebam o que estão
fazendo. Ele diz: Repreendo e disciplino aqueles que amo. Por isso, seja
diligente e arrependa-se5.
Creio que o desafio de Jesus na igreja de Laodicéia é estendido
a todos que se denominam cristão hoje. Devemos nos arrepender da confiança que
temos depositado no dinheiro, bens, títulos, conhecimentos, beleza, pessoas –
marido, filhos, pais, irmãos, amigos, etc. A Palavra é o instrumento de Deus
para sustentar todas as coisas. Ela é o único fundamento da vida cristã e só
nela podemos colocar a nossa confiança.
Roseli de Araújo
Escritora e psicóloga clínica
Referencia:
1. Apocalipse 3:18 (NVI);
2. Gênesis 1,2,3;
3. Hebreus 1:3;
4. Colossenses 1:27;
5. Apocalipse 3:19
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